#2 Quarentena: Os Lusíadas - uma epopeia estudantil
A matéria e o programa assinalados,
Que das ocidentais faculdades lusitanas,
Por contágios nunca de antes ultrapassados,
Passaram ainda além das aulas quotidianas,
Em bibliografia e conferências (es)forçadas,
Mais do que prometia o semestre de loucuras mundanas,
E entre trabalho excessivo edificaram
A clássica matéria acumulada, que tantos alunos sublimaram.
E também as memórias gloriosas,
Daquelas queimas, que foram acontecendo
A festa, a cerveja, e as noites dispendiosas
De Coimbra e de todo o país que foram desfalecendo;
E aqueles que, por repúblicas valerosas
Se vão da virgindade libertando;
Cantando espalharei por toda a parte,
Se tanto me ajudar a faculdade a não ter um enfarte.
Cessem do covid e dos professores
As navegações que estão a criar;
Calem-se os relatórios e trabalhos opressores
Que este mar está, a tantos estudantes, afogar;
Que eu canto o peito ilustre até dos precursores,
A quem a crise académica teve que obedecer:
Cesse tudo o que a faculdade canta,
Que a sanidade mental é um valor mais alto que se alevanta.