Textos sobre tudo e sobre nada. No fundo, uma plataforma para reclamar da vida e dos erros ortográficos das pessoas, senão não seria uma aluna de letras.
Textos sobre tudo e sobre nada. No fundo, uma plataforma para reclamar da vida e dos erros ortográficos das pessoas, senão não seria uma aluna de letras.
Insiro-me no grupo de pessoas que vê além do óbvio e que, modéstia à parte, pensa fora da caixa. 🙄 Começar a ter outra interpretação das coisas é uma porta que se abre e que nunca mais se fecha: é como se os meus óculos teimassem em filtrar a informação que recebo e o óbvio fosse descartado com grande facilidade. Sou capaz de ir mais longe: se noutra vida fui alguma coisa, então devo ter sido uma metáfora ou uma alegoria! 😅😅
Não vos quero desiludir, mas não sou uma alienada das teorias da conspiração ou daquele-grupo-cujo-o-nome-não-pode-ser-pronunciado (começa por illumi- e acaba em -nati). 🤐 Apenas gosto de observar além do que é evidente, inventar histórias mirabolantes na minha cabeça através de um simples gesto e acreditar nelas, por mais apalermadas que sejam. 👀
Ser uma pessoa dos romances e dos finais felizes tem destas coisas: acabamos por ensinar o nosso cérebro a viajar para lá do evidente e a querer mais do que se pode ter. E talvez ninguém vá ler este texto da forma como eu pensava, mas a verdade é que todos deveríamos enfrentar a vida metaforicamente e tentar ver além do óbvio.
P.S.: Se noutra vida foram um recurso estilístico, qual foram? 👀
Não conhecia este livro, mas sempre me despertou interesse – tal como todos os outros livros de Valter Hugo Mãe. Quando o comprei tinha a sensação que precisava mesmo de conhecer aquelas páginas e descobrir o que é, afinal, uma máquina de fazer espanhóis.
A história é em torno da vida de um senhor que fica viúvo e acaba por ir para um lar por vontade da filha, que quer o melhor para o pai. Ao longo da narrativa, VHM vai-nos presenteando com vários nomes conhecidos da literatura (como Álvaro de Campos, Almada Negreiros, entre outros) e também com vários momentos marcantes da história de Portugal (como a ditadura salazarista, por exemplo).
Sem me alongar mais acerca da história em si, quando folheei o livro e me apercebi que não existiam maiúsculas nem marcas de diálogo, verifiquei se tinha na mão um livro de Saramago. Depois de investigar acerca deste modo de escrita, concluí que não é em vão e tem um forte significado subentendido: VHM dizia numa entrevista que as letras em minúsculas representavam a igualdade, mas eu lembrava-me que existia um ou dois capítulos com escrita dita “normal” – e a verdade é que esses capítulos eram acerca dos polícias da PIDE.
Este livro fez-me rir com os delírios dos mais velhos e chorar com a sua solidão. Fez-me ficar triste com a fugacidade da vida, mas feliz com todas as teorias apresentadas para o seu sentido. E agora que sei o motivo que me levou a ler este livro, façam-no também.
Todo o início tem um fim. É como um círculo que deixa de o ser se não se fechar, por isso os fins são inevitáveis e implacáveis em toda a nossa vida.
Aquela que foi a fase que mais esperei na minha vida académica acabou por chegar de uma maneira extremamente injusta e ingrata: ser finalista. Ao longo destes anos aprendi que tudo é efémero, que nem todas as pessoas são para permanecer na nossa vida e, as que queremos que permaneçam, por vezes, seguem caminhos que não se cruzam com os nossos. A universidade ensinou-me a lutar pelos meus objetivos, mas principalmente e a nunca desistir – “quando se fecha uma porta, abre-se uma janela”.
Ser finalista em 2020 é uma sensação agoniante que parece esconder todas as emoções que um finalista deveria viver, mas que nos traz uma grande tristeza quando nos lembramos das tradições e rituais que não vão ser cumpridos. Este ano, cada finalista tem o seu coração apertadinho por não estar a aproveitar o seu último ano com quem tornou o seu percurso único e inesquecível. Hoje, nenhum de nós está preocupado com o facto do traje não servir. O que nos paira no pensamento e, principalmente, no coração é um sentimento doloroso e sofrido de quem quer comemorar o sucesso e não pode.
É desagradável e, até mesmo, penoso saber que não vamos celebrar da forma que queríamos, mas todos sabemos que é o mais seguro. Trabalhamos por um bem que é comum a todos e sacrificamos, como todas as pessoas, uma parte importante da nossa vida pela saúde pública. Um dia iremos trajar pela última vez e celebrar tudo o que ficou para trás e se tal não acontecer, restam-nos então as memórias de capa negra e as tardes que, um dia, Coimbra nos proporcionou.
Muito se fala na quantidade absurda de livros que um universitário tem de ler e na bibliografia interminável que os professores dão, mas a verdade é que os alunos de literatura não têm por hábito queixar-se. 😅😅 Acontece que, no curso em que estou, os livros são essenciais e quando algum professor nos pede para ler um livro, o meu coração rejubila! 🥰 Nos tempos que atravessamos, os meios digitais são cada vez mais frequentes nas nossas vidas (ainda que de forma inconsciente), por isso acho importante salientar a importância da leitura e aquilo que ela nos pode proporcionar. Por exemplo, pode apresentar-nos novos conteúdos, mas mais importante do que isso, pode mostrar-nos novas perspetivas. Por essa razão e porque gosto de incentivar à leitura, deixo abaixo o que tenho lido. 📖
O crime do padre Amaro: A moralidade e a ética postas à prova num século em que a religião é o centro das atenções. Na minha opinião, o melhor romance do Eça de Queirós.
Uma abelha na chuva: A história paralela de dois casais que parecem muito diferentes, mas muito iguais. Uma dura crítica à sociedade da época que ainda está muito atual.
O memorial do convento: Um clássico que nunca desilude.
O delfim: A personificação do salazarismo, carregada de simbolismos e significados escondidos. Uma boa obra para quem gosta de ler as entrelinhas.
As intermitências da morte: Destinado para todos aqueles que, como eu, adoram o estilo sarcástico e irónico de Saramago. Todos deviam ler este
Crónica de uma morte anunciada: Leitura simples e rápida, um bom livro para as horas de almoço.
A máquina de fazer espanhóis: (ainda a ler)
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