A dor de ser finalista em 2020
Todo o início tem um fim. É como um círculo que deixa de o ser se não se fechar, por isso os fins são inevitáveis e implacáveis em toda a nossa vida.
Aquela que foi a fase que mais esperei na minha vida académica acabou por chegar de uma maneira extremamente injusta e ingrata: ser finalista. Ao longo destes anos aprendi que tudo é efémero, que nem todas as pessoas são para permanecer na nossa vida e, as que queremos que permaneçam, por vezes, seguem caminhos que não se cruzam com os nossos. A universidade ensinou-me a lutar pelos meus objetivos, mas principalmente e a nunca desistir – “quando se fecha uma porta, abre-se uma janela”.
Ser finalista em 2020 é uma sensação agoniante que parece esconder todas as emoções que um finalista deveria viver, mas que nos traz uma grande tristeza quando nos lembramos das tradições e rituais que não vão ser cumpridos. Este ano, cada finalista tem o seu coração apertadinho por não estar a aproveitar o seu último ano com quem tornou o seu percurso único e inesquecível. Hoje, nenhum de nós está preocupado com o facto do traje não servir. O que nos paira no pensamento e, principalmente, no coração é um sentimento doloroso e sofrido de quem quer comemorar o sucesso e não pode.
É desagradável e, até mesmo, penoso saber que não vamos celebrar da forma que queríamos, mas todos sabemos que é o mais seguro. Trabalhamos por um bem que é comum a todos e sacrificamos, como todas as pessoas, uma parte importante da nossa vida pela saúde pública. Um dia iremos trajar pela última vez e celebrar tudo o que ficou para trás e se tal não acontecer, restam-nos então as memórias de capa negra e as tardes que, um dia, Coimbra nos proporcionou.